URIBE, LULA E A GUERRA

Cartaz como o que está acima é comum na Colômbia. Parte considerável da sociedade daquele país considera belicoso o presidente Álvaro Uribe que seria o responsável maior pela continuidade da guerra interna que assola o território colombiano. Um conflito com dezenas de nuances e muito pouco conhecido dos brasileiros.Três lados bem armados se confrontam todos os dias. Exército regular, guerrilheiros e paramilitares embora o governo colombiano venha insistindo que a maior parte dos paras tenha deposto as armas. A Colômbia é definitivamente um país dividido e Uribe não tem o controle total do território nacional muito embora tente convencer a comunidade internacional do contrário. Nesse cenário todo o venezuelano Chavéz tentou ( e fracassou) a intermediação com os guerrilheiros das Farc para tentar liberar a senadora e ex- candidata presidencial Ingrid Bettancourt que é cidadã franco colombiana. Sarkozy, primeiro ministro francês, que é amigo da família Bettancourt, faz incontáveis apelos aos guerrilheiros para que liberem Ingrid e outros reféns. Em junho quando estive em Bogotá realizando programas sobre o conflito colombiano para a Tv Cultura entrevistei Yolanda Pulecio, mãe de Ingrid, que pedia a intermediação de Lula para resolver o problema de sua filha. Ontem Lula tomou café da manhã com Uribe e parece que vai mesmo intermediar de maneira discreta- conforme assegura o assessor Marco Aurélio Garcia - uma tentativa de solução para o imbroglio. É uma missão espinhosa.

Comentários

Anônimo disse…
Olá!!

Complementando seu post passa lá no "plano geral" do MR que colocou inclusive a carta da Ingrid aos familiares.... Bem interessante!

bjs
Alexandre Core disse…
Lula é um bom nome para negociar a liberação dos refens. Afinal, ele é fundador do Foro de São Paulo do qual as FARCs também fazem parte. O Marco Aurelio Top-Top Garcia até comentou alguma coisa sobre essa "negociação" e há rumores de que o encontro possa ser realizado em território brasileiro. Isso é um absurdo; o Brasil ceder seu território para negociações com guerrilheiros como se fossem um outro país soberano?

No fim das contas a culpa pelo sequestro e cativeiro da Ingrid e dos outros passa a ser do presidente Uribe que não estaria colaborando com a negociação. Cretinice! A suposta intervenção do Chávez que foi afastado da negociação tem toda a pinta de ter sido planejada para coincidir com o plebiscito na Venezuela. Imaginem a cena: pouco antes do povo ir às urnas aparece o Huguito com a Ingrid ao seu lado se gabando de ter sido o responsável pela sua libertação? Ooohhhhh, viva Chávez!, o pacificador! Conversa! Tudo poderia ter sido combinado com os guerrilheiros, por isso que eles também ficaram putos quando o Uribe afastou Chávez do processo de negociação.

Eu não duvido do que a falta de moral do ditador venezuelano seja capaz de fazer. Um homem que distribui mantimentos ao país vizinho (acho que no terremoto da Bolivia) com a sua cara estampada em latas de sardinha, é capaz de qualquer coisa inclusive de ter armado uma falsa negociação para libertar os refens na vespera de uma votação em que, felizmente, foi mal sucedido.

abrs,
mlupedrosa disse…
Fiquei impressionada com o livro que a Ingrid escreveu pouco antes do sequestro; mais ainda fiquei depois que li a carta dela à família e uma foto que saiu na imprensa. Nas mãos de 50 dedos Lula, o que será dessa mulher?
Abs!
Anônimo disse…
Prezado,

Sem gozação hoje. Razões para guerras só existem antes que aconteçam. Depois que começam, o que mais falta é a razão.

O caso da senadora, independente de quaisquer considerações políticas e ideológicas (como se isto tivesse alguma importância), é um tocante drama humano, no qual os algozes são bandidos-guerrilheiros das FARCs.

Como bem descreveu no post, há um movimento internacional por sua libertação, que já permeou, inclusive, a blogosfera brasileira. Se tiver interesse recomendo leitura no blog de meu amigo Marcos Rocha, que disponibiliza telefone dos organizadores no Brasil e o respectivo "selo" de apoio ao movimento,
Blogildo disse…
Por sinal, de vez em quando eu releio aquela sua reportagem na Rolling Stone sobre as FARC. Acho que foi a melhor reportagem política que a revista já publicou até agora.

Eu gostaria de obter informações sobre o documentário que você fez a respeito.

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