fim da BIENAL de Rio Preto

Bom. E terminou ontem com um sensacional show de Martinália a programação da 3ºBienal do livro de São José do Rio Preto. A cantora e compositora carioca fazia parte da programação da "virada cultural " que por sua vez integrava a programação da Bienal onde eu mediei todas as conversas do salão de idéias conforme os amáveis leitores podem ver pelo cartaz abaixo .

Entre os participantes o sempre efusivo e talentoso escritor Marcelino Freire comigo na foto abaixo. Os dois em flagrante delito etílico na sensacional choperia Rio Pretana que além de produzir chopp escuro e claro da melhor qualidade ainda coloca um grupo musical que toca blues nas noites de sexta -feira. Passam distante da ostensiva predileção do pessoal daqui em relação ao intragável "sertanojo".

Trabalhar como mediador merece uma pensata ? O pessoal que organizou a Bienal daqui acha que sim e me encomendou um texto para o derradeiro número do jornal que circulava no evento. Posto ele abaixo para os amáveis leitores pois o tema , mais uma vez, gira em torno do que acontece ao redor da deusa "palavra". Abraços a todos e bom começo de semana.


MEDIADOR : um fantasma presente



Ricardo Soares



Ser mediador de qualquer debate requer do profissional em questão a habilidade de saber ser um fantasma presente. Ou seja , ele não pode ser tão ostensivo que tire o foco da discussão entre a platéia e o palestrante e nem pode ser tão discreto que platéia e palestrante o ignorem.
Bem, é isso que venho tentando fazer nas minhas mediações do “ Salão de Idéias” aqui da 3º Bienal do Livro de São José do Rio Preto. Na maioria das mediações encontrou-se uma platéia cativa, simpática, participante, interessada no mundo dos livros e dos autores. Aí o mediador tem que tentar ser correto e dar vez e voz a palavras diversas que expandam o tema proposto pelo palestrante. Detalhe : nem sempre uma platéia completa é sinal de participação completa. Até agora a palestra de Heloísa Prieto e de Fernando Bonassi foram as que mais tiveram participação de qualidade apesar do salão não estar com sua lotação completa. As casas lotadas costumam ser mais passivas, se rendem a uma quase glorificação do palestrante. Não o contestam nem o pressionam.
Lógico que tudo que aqui escrevi está no terreno das generalizações. Cada palestra, assim como cada entrevista, tem sua própria dinâmica. Eu que já fiz tantas mediações e entrevistas não me arrisco a dizer que elas se pareçam. Cada qual tem sua regra, cada regra sua exceção.
A Bienal de São José do Rio Preto me deixou uma boa impressão. Pelo público presente, pela organização do evento e pela gentileza e educação com que fui recebido pelos meus anfitriões. O único episódio dissonante – o lamentável comportamento de alunos e educadores de uma escola particular na palestra de Daniel Munduruku – não fará com que eu deixe de fazer um saldo mais do que positivo do que vi e vivi aqui. Por sorte a maioria dos educadores e alunos de Rio Preto que compareceram aos debates não são como os dessa escola onde as noções de limite parecem não ter sido apreendidas.
Paralelo ao meu trabalho de mediador realizei uma série de entrevistas com escritores que começarão a ser exibidas no programa “Comentário Geral” que vai ao ar no próximo dia 22, às 22 hs, na Tv Brasil que pode ser sintonizada no canal 24 para quem tem NET na região ou pelo endereço eletrônico www.tvbrasil.org.br. Também no meu blog www.todoprosa.blogspot.com tenho falado da Bienal de São José do Rio Preto que também será tema de reportagens que estão sendo realizadas por uma equipe de reportagem que me acompanha . Tudo isso será distribuído aos poucos nos programas da Tv Brasil ao longo desse semestre.
Participar como mediador de um evento que visa sobretudo incentivar o hábito da leitura é algo que me honra profissionalmente. Espero ter sido um fantasma discreto porém presente e agora , para encerrar, faço propaganda das minhas assombrações literárias que podem também ser vistas e lidas no estande da livraria Espaço. Pelo menos meu romance , “Cinevertigem”, eu vi por ali. Agradeço a todos a boa acolhida desejando que essa Bienal nunca deixe de existir pois já fincou raízes no mapa literário brasileiro. Muito obrigado.
***
Ricardo Soares é diretor de tv, escritor e jornalista. Tem vários livros publicados como o romance adulto “Cinevertigem” e os infanto-juvenis “O Brasil é feito por nós ? “, “ Valentão” e “ Dia de Submarino”. Atualmente é gerente de produção da Tv Brasil em São Paulo.

Comentários

Menina Nina disse…
"Moderador do salão de debates: Ricardo Soares"
Chique hein?
Anônimo disse…
Parabéns Ricardo, pela participação num evento em que o livro é o protagonista.
O texto está à altura do que tem sido tua elogiada carreira reporteira.
Se não vivesse aqui no mundo grande do sul, longe demais das estrepolias, seguiria esses acontecimentos tempos afora.
Marrie disse…
Ah, pra mim vc esqueceu o mais importante: és uma gracinha! rs
beijinhos de molecagem
INIT arte visual disse…
Oi Ric,

Gostaria de uma indicação de cinegrafista em Bogotá. Vc conhece um legal? É pra amanhã!
Deixei recado pra vc sobre isso.
Bjs,
Fernandinha
El Deme disse…
Viva la cultura brasileña!!
Me gusta leerte para saber cosas de tu país...
Un saludo, Ricardo!!
INIT arte visual disse…
Obrigada Ri, vou repassar o email da sua produtora para essa amiga. Parece que a gravação dela atrasou tb.

Muito obrigada,
Fer
Oi Ricardo, tudo jóia???
Acho que você vai gostar da resenha que coloquei no meu blog de livros... Sabe quem, quem, quem, quem, quem está lá??? Dúvido adivinhar... Rsss...
Promessa feita e cumprida!
Eu não posso ir a uma bienal de livros... Acho que fico louca porque vou querer ver tudo e não vou conseguir...
Bjos...

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