e agora a desmemória carioca


No primeiro post desse ano falei da desmemória genérica e passei especificamente pela de São Paulo. É quando soube com certeza que os boatos se confirmam (através de link recebido do escritor JP Cuenca)e que um verdadeiro templo da putariazinha a céu aberto no Rio de Janeiro a, boate Help em Copacabana, vai fechar de vez suas portas...leilão de seus bens foi dia 6 e a desocupação total tem que ser até amanhã. É mais uma instituição carioca que desaparece. O Rio desde o advento da destruição do Morro do Castelo (imortalizado por uma novelinha de Lima Barreto) também adora, tipica mania nacional, destruir a sua memória, sepultar o seu passado, apagar suas referências como o Palácio Monroe e muitos etcs...a boate Help era um fast food sexual, enxame de moças de vida nada fácil que batalhavam os reais nossos de cada dia ludibriando gringos e turisntas nacionais incautos. Divertido observar que a qualquer hora do dia ou da noite a música bombava, as luzes internas tremelicavam e as mariposas brilhavam. Cansei de passar por ali defronte a pé ou de bike e me divertia observando o movimento, a fauna humana ali concentrada. Lembro que em madrugadas de 2004 eu e então colega de trabalho Luca Paiva Mello chegávamos alta madruga no Cervantes ( vindo de uma produtora em Botafogo onde montávamos o programa "Nós e Eles", veiculado pelo GNT) e de lá saíamos a conversar pela avenida Atlântica até o Arpoador onde então eu alugava um flat e em cujas cercanias Luca dormia na casa da sogra. Ao passarmos defronte ao "Help" sempre tinhamos assunto com as cenas que víamos e até nos perguntavamos o motivo que fazia com que os gringos sempre levassem para casa as putas mais feias visto que já que pagavam o mesmo preço podiam levar as mais bonitinhas. Esses são muitos dos mistérios do HELP que agora desaparecem. Seu fim , para mim, não foi devidamente lembrado. Dizem que ali será feito um museu. Se for um museu de velhas novidades preferia o museu, o mostruário de seres humanos a céu aberto que era o HELP. Com seu fim é mais um ponto para a desmemória.

Comentários

edson menezes disse…
Ricardo,
Sábado último Rui Castro em sua coluna na Folha de São Paulo abordou o assunto.
Lá será instalado o Museu de Som e Imagem.

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