uma foto, um aniversário,uma época,um documentário

O alerta do Google me diz : em 8 de junho de 1972, quando inocentemente eu completava 13 anos num subúrbio de São Bernardo do Campo, em plena Guerra do Vietnã era captada uma imagem que valeria como síntese dessa própria guerra cruel. O fotógrafo vietnamita Nick Ut flagrou crianças correndo desesperadas e queimadas por um bombardeio  americano de napalm no vilarejo de Trang Bang. A foto que correu mundo  é emblema de uma época, uma imagem quase tão mitológica quanto o Che Guevara de Alberto Korda. Serviu para eternizar em nossos corações e mentes a menina vietnamita  Kim Phuc,  que é vista nua e flagelada nessa foto (no detalhe e na foto geral) e que durante muitos anos foi vítima dessa própria imagem como tenta explicar um documentário levado ao ar ontem pela BBC que promoveu o reencontro entre Kim e  Christopher Wain, o correspondente de guerra que ajudou a salvar sua vida há 38 anos.O último encontro dos dois tinha sido em 1972, quando o jornalista, na época correspondente da rede de televisão britânica ITN, foi visitar Phuc no hospital. Ela estava deitada em uma cama, com queimaduras de primeiro grau cobrindo mais de 50% do seu corpo.Chris Wein continuou a trabalhar para a ITN por mais três anos, antes de ser contratado pela BBC. Ele se aposentou em 1999 e não esperava ver Phuc novamente.
O documentário "It's My Story - The Girl in the Picture", apresentado por Chris Wain, pode ser ouvido no site da Rádio 4 da BBC, facilmente "achável" pelo santo Google.Uma forma contundente de se conhecer a história contada por quem a viveu. Kim Phuc hoje é casada, parou de ser usada pela propaganda comunista do Vietnã e de Cuba pois se refugiou no Canadá.

Comentários

Reiko Miura disse…
Oi Ricardo,
Aproveito pra sugerir a leitura da série de 10 reportagens que o Breno Altman fez para o Opera Mundi sobre o Vietnã. As 10: Vietnã celebra 35 anos da vitória contra os EUA; Vietnã defende sistema de partido único; Pobreza absoluta no Vietnã cai para um terço em catorze anos; Música latina faz sucesso na noite de Ho Chi Minh; Trabalhadores vietnamitas fazem greves por melhores salários; Vietnã rojeta-se como potência industrial até 2020; Agente laranja causou doenças e mutações genéticas em vietnamitas e norte-americanos; Ho Chi Minh quer ser a locomotiva da Ásia; Vietnã cresce em ritmo de guerra; My Lai, o massacre que marcou a guerra.
Infelizmente a guerra é assim mesmo!!! O meu país foi durante mais de 20 anos flagelado por uma guerra que enriqueceu uma menoria e plantou dor, luto, tráuma e desespero em milhões de pessoas.

Quem vem a Angola hoje, não deve limitar-se em ficar apenas na cidade (Luanda)... Deve deslocar-se também para o interior do país... é nesta região onde encontram-se, estampadas no rosto das pessoas, as cicatrizes da guerra...

A guerra é boa quando assistada a partir de uma plateia... Quando tornamo-nos nós mesmos protagonistas!!! só Deus para explicar.

Desejo aos meus parentes mortos pela guerra (avós, tios e primos) que as suas almas descanssem em paz.

Bruno Constantino... Luanda-Angola-África

Blog; www.angoladez.blogspot.com
Unknown disse…
E a nossa máxima de usar vítimas como propaganda...
Ricardo Soares disse…
Andarilha... vou correr atrás dessa sua dica de leitura...

Bruno...o seu relato é pungente, fundamental para um post como esse que fiz... quero me ater hora dessas à questão da guerra em Angola e suas feridas ainda abertas. Convivemos por meses e desconhecia a sua própria tregédia familiar...belo comentário o seu

Caféina... e essas máximas continuam valendo...

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