Num Lageado onde a memória é crônica

       Talvez eu goste das crônicas porque são elas matéria de memória e as memórias,sobretudo das coisas boas, nos dão certo alento em relação ao futuro incerto. Talvez eu goste das crônicas porque elas resgatem tempos idos e vividos , cheiro de café com bolo, e nos coloque diante da real finitude na qual somos enfim imersos desde que nos tornamos humanos. As crônicas nos humanizam pois provam que tudo passa. O trem do passado, toda e qualquer vaidade , uma pompa que está morta num baile remoto de formatura,as grandes e médias fazendas que enriqueceram barões e exploraram imigrantes.
   Nesse final de semana esbarrei em uma delas , a Lageado ( foto acima), que fica em Botucatu, interior de São Paulo. Na sua antiga sede jaz um museu do Café. Tanto café colhido em sacas antigas, um passado requentado que não traz de volta nada. Fica quase suspenso no ar como a ponte de madeira da foto que fazia a ligação entre o antigo pátio onde o café secava e o armazém onde ele era guardado.Memória crônica. 

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