Eles gerem um pátio de obras, não um jardim...

      O assunto é pontual. Imediato. Bem ao gosto do jornalismo diário que não deixa espaço para reflexão, apenas para constatação. Mas vá lá. Ouço na CBN que o governador paulista Geraldo Alckmin e a presidente Dilma andaram pelo interior de São Paulo e pela capital a firmarem parcerias entre as quais mais uma gigantesca etapa de construção do Rodoanel. Ouvi trechos dos discursos de ambos,aquele velho bolodório de que as diferenças políticas não devem se intrometer no respeito mútuo e na gestão pública. Discurso previsível como são previsíveis e óbvios tanto Alckmin quanto Dilma e como se PT e PSDB não vivessem às turras.
  Mas o ponto não é esse. O ponto é parar um "tiquim" prestando atenção justamente na previsibilidade do governador de São Paulo e da presidente do Brasil.Eles desempenham o papel que imaginam ser o esperado pela maioria. Fazem o bom e velho discurso positivista da "ordem e do progresso", gerem o país e o estado como um pátio de obras e não como um jardim. Daí que temos cada vez mais uma nação com aquele discurso oco de geração de emprego e renda e para que isso aconteça o raciocínio vigente é que  devamos ter grandes canteiros de  obras, grandes estradas, grandes construtoras e empreiteiros, grandes oportunidades para a corrupção atávica. Mas esse também não é o ponto. O ponto é ,além do rodoviarismo e do desenvolvimentismo de sempre, não pensar na construção da qualidade de vida, do ar puro, da ausência de asfalto caro e de estradas. Ausência de soluções ao redor de energia limpa e sustentável, ausência do viver saudável, da mobilidade. Ou seja nossos governantes continuam pensando na direção de um mundo dos anos 60 do século 20 e não de acordo com as reais necessidades planetárias de sobrevivência do século 21. Pobre Alckmin, pobre Dilma. Pobres de nós...     

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