QUANDO PARAMOS NO ACOSTAMENTO

   
   Dia lindo e claro no interior das Minas Gerais em região vizinha às grandes companhias de minério que degradam a paisagem que mesmo assim resiste à cobiça nada natalina dos homens. As paisagens mudam e os homens não mas agora talvez não seja momento dessa melancólica divagação.
  Divido com a família que pouco vejo momentos de saudável volta ao passado o que inclui lembranças de minha mãe e meu pai vivos a repartir conosco lembranças outras. Tudo o que havia para ser dito sobre o Natal já foi , inclusive esse desvirtuamento do seu sentido original, hoje transformado numa festa para a comilança e os shopping centers.
   Por outro lado se o Natal alimenta o comércio, consumo e desejos materiais compulsivos é sem dúvida o trecho do ano em que paramos no acostamento para ver o movimento que passa. Vemos os outros passarem e nos damos conta de que talvez estejamos indo depressa demais ou por caminhos equivocados demais. Na verdade nem sei mesmo se essa prosa combina mais com Natal ou com Ano Novo.
   O que sei é que sempre são horas de balanços nessas datas. Mesmo numa cidade rodeada de minérios como a que estou hoje. E num trocadilho óbvio a pensar que não tenho o coração cheio de pedra mas lotadinho de esperança de que o amor tudo pode. Inclusive nos levar a futuros menos áridos. É na verdade o desejo que tenho para todos que estão a me ler. 

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