Jornais velhos e juventude antiga

reprodução de um Folhetim já de época não tão aúrea
         Sou de um tempo não digitalizado. Me explico : boa parte do que produzi para jornais e revistas são de uma época anterior a atual. Mofa minha pífia existência jornalística nos alfarrábios dos jornalões assim como a minha memória do tempo em que consumia com avidez algumas publicações para mim saudosas como Pasquim, Enfim, Folhetim.  
      Isso quer dizer que pouco de mim se encontrará nos googles da vida e muito menos dessas já jurássicas publicações a que me refiro. Tanto que foi difícil achar a reprodução de um número do Folhetim acima. Sinal de outros tempos e não escondo meu saudosismo. Pô gente, ele é legítimo em virtude do que se processam nas redações hoje em dia onde se está mais interessado na vida sexual de atrizinhas e atorecos fajutos do que em algo que tenha um minimo de consistência. Mas esse é outro - chato - papo.
    O que tinha a lhes contar é o seguinte : tenho o bizarro hábito de ler reportagens e entrevistas antigas e por sorte tenho aqui em casa a maior parte da coleção da extinta revista Realidade e do  aqui citado Folhetim , um saudoso suplemento dominical da Folha de S.Paulo que fazia minha alegria nos idos vividos de minha juventude. A fase que o Folhetim era dirigido pelo saudoso jornalista Tarso de Castro foi imbatível apesar da obsessão que ele tinha por Chico Buarque que foi capa do suplemento inúmeras vezes mesmo quando nada tinha a dizer. Mas esse também é outro -chato - papo.
      Dizia eu da minha estranha mania de ler entrevistas velhas e matérias antigas. É uma maneira legítima de se olhar para outro tempo e mergulhar nas frestas dele. Engraçado ler sobre opiniões e conceitos de artistas emitidas em outros tempos e vê-los hoje mortos ou estrangulados pelo mercado. A afinação e arte de ler jornais  e revistas antigas nem sei se tem tanta serventia para profissionais da minha faixa etária . Mas juro que acredito que faria um bem tremendo aos mais jovens que muitas vezes sem saber de histórias passadas glorificam ações policiais pestilentas e acham que alguns artistas "exageram" quando desafinam o coro dos contentes. Tô achando que a juventude envelheceu.

Comentários

Regina Azevedo disse…
Realmente, Ricardo. Ainda "somos" os mesmos e vivemos como nossos pais, diria o poeta/compositor Belchior...

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