São Cristovão, com atraso

     

   Sei que foi ontem mas não custa lembrar. Nos ombros dele foi o menino Jesus mas fardo mais pesado é levar as preces de motoristas do mundo todo que pedem não só proteção nas estradas e ruas perigosas do planeta mas sobretudo rogam por um trânsito menos caótico, trágico, denso e cruel. Quando penso nisso e na igreja de São Cristovão aqui na avenida Tiradentes em São Paulo  - diante da qual , ironicamente , atropelei uma senhora há muitos anos,indo pra um show de Marina no Anhembi - imagino como andam os ouvidos do santo nessa era em que sabemos que precisamos nos livrar dos automóveis mas governos fora do tempo e do espaço ambiental - como o nosso - continuam incentivando a compra frenética.
         Não sei como andam os indíces de popularidade dos santos católicos. O pessoal fala muito no Antonio, no Pedro e no João até por conta dos recentes festejos juninos. Há os que , como eu, são fãs de carteirinha do Francisco e até do Expedito. Mas creio que a popularidade do Cristovão só faz crescer com tanta demanda de carro, ônibus e caminhões entupindo as vias. E por via das dúvidas de mão dupla eu também me junto ao coro dos descontentes e peço ao São Cristovão que rogue por nós porque não sabemos onde vamos parar. Só sabemos que um dia estacionamos definitivamente, afogados num trânsito apocalíptico. 

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