DESLIGAMOS NOSSOS TRANSMISSORES PARA TROCA DE ENERGIA



     É mesmo uma colcha de retalhos ou um patchwork como preferem alguns esnobes. Junto aqui lembranças do meu tempo de menino quando um comunicado solene anunciava que as emissoras de tv sairiam do ar dizendo : "desligamos nossos transmissores para troca de energia". Junto também um naco de um poema antigo( 22 de outubro de 1981) que tem esse mesmo nome "Desligamos nossos transmissores para troca de energia". Está no meu único e remoto livro de poesias publicado em 1982 com o nome "Invenção da Surpresa". A estrofe final diz : "Vida em alta / metralhadora/ safanão/sai da frente da televisão/ muda de canal ". Junto também um pedido de breve licença que fiz nesse blog ao final de 2009 quando eu dizia : "AINDA na firme crença de que DIAS MELHORES podem vir se colocarmos na frente qualidade de vida, respeito ao próximo, ética, cidadania e respeito ao meio-ambiente. Nada mais. Saúde e paz também ajuda muito. Desligo meus transmissores para troca de energia".
   Pois bem, os transmissores nem existem mais. Pelo menos tal qual conhecíamos. Hoje ninguém desliga.Ao contrário,fica-se plugado o tempo todo. Isso não é descanso. Isso não dá descanso. Smarthphones, redes sociais, e-mails, desmesuras e mesuras virtuais. Tudo isso e mais o fato de que o naco de poema acima previa que o caboclo de meia idade aqui iria continuar imerso no universo televisivo e derivados faz com que eu chegue a uma só conclusão: preciso, precisamos, sair da tomada às vezes. É o que farei nos próximos 30 dias. Encontro vocês na volta. Au revoir.

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