DIÁRIO DA MEIA IDADE 6- Não sucumbir aos tempos "levados"

       

    Tempos levados esses. Dizia-se "levado" de todo menino que aprontava na minha infância querida que os anos não trazem mais.Pois é com essa conotação a que me refiro a esses tempos de 2015 .Um pouco pra frente, um pouco pra trás no calendário desossado de nossos dias.

      Tenho alguns amigos que vem sucumbindo. Por saúde, tristeza, desalento. Culpa dos tempos "levados" que machucam, destratam, desidratam a gente. É um tal de não saber para onde partir, não ter onde chegar, não saber no que apostar e ter a certeza de que apostou no cavalo errado.

      Sinceramente eu mesmo e alguns amigos não combinamos com o clássico jargão de "depressão". E nem desqualifico quem a tenha ou quem a trate. E abomino julgamentos horríveis a respeito do tema que culpabilizam os deprimidos como o co-piloto da tragédia da GERMANWINGS.  Mas também não gosto da vitimização dos deprimidos .Por um motivo muito simples. O que parece é que estão todos deprimidos. Ou comprimidos por tempos difíceis para tentar aqui uma expressão menos drástica.

     Eu navego incertezas, remoo injustiças e fico achando que meu umbigo é mais largo, mais importante,mais precioso. Qual o que . São tempos "levados". Destinos que aprontam com a gente. Quando pensamos que está tudo posto tudo desaba. Eu não quero lições de autoajuda ou mesmo manuais de sobrevivência nessa selva. Mas também não quero o conformismo de achar que está tudo certo. São tempos difíceis sim. E o mais importante agora parece a certeza de que não devemos sucumbir. Sobretudo diante da intolerância.