Ontem meu primeiro "colis" em Paris

            

    Completo hoje meus dez primeiros dias na Paris de 2016, em estado de emergência. Seria de uma pretensão estelar fazer qualquer consideração acerca do humor geral da cidade após os atentados de 13 de novembro mas no geral ela parece seguir normalmente os seus dias visivelmente esvaziada de turistas. Eles cá estão sim mas mesmo se considerando que é inverno ( não rigoroso) estão em menor número do que invernos passados.
     Tirando algumas revistas que agora eles fazem aleatoriamente em transeuntes em ambientes fechados ou abertos e uma presença grande das forças de seguranças nas ruas ( grande mas não ostensiva) a normalidade parece ir adiante e até com os tais "colis" os parisienses estão acostumados. Ontem peguei o meu primeiro indo pra casa . Havia um "colis" ( designação genérica de pacote suspeito)  entre as estações de Chatelet e Montparnasse e interromperam a circulação de metrô na linha 4. Tive que pegar um RTP ( trem veloz urbano) e fazer baldeações para chegar a estação Max Dormoy na linha 12.
         Também essa semana um suspeito de terrorismo foi alvejado e morto não muito longe de onde estou pois teria colado ao corpo um colete com explosivos falsos. Teria resistido à prisão e o mataram. Se escrevo isso com relativa displicência são por dois motivos : 1. fiquei sabendo do ocorrido só no dia seguinte  2. o violento episódio não causa espécie em quem vem da São Paulo onde a polícia de Alckmin mata inocentes todos os dias e bate em estudantes de 16 anos com gosto. O mundo é um lugar muito violento sim mas a capital dos paulistas se converteu em uma aberração mesmos nos tempos ressabiados de Paris.


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