MUITO DEBATE E POUCA CRIAÇÃO OS MALES DA COMUNICAÇÃO PÚBLICA SÃO

      

     Ah, a comunicação pública brasileira. Essa utopia cheia de distimia. Vi no “Face” uma postagem do prezado José Roberto Garcez falando acerca de um novo debate ao redor do tema, dessa vez em Recife. Sem exageros são centenas de debates acerca do tema nos últimos anos. Antes, durante e depois da criação da EBC ( Empresa Brasil de Comunicação).  Uma profusão de debates que dá a impressão de serem inócuos porque produzem resultados práticos pífios seja na relevância da comunicação e das tvs públicas seja no grau de envolvimento entre os produtores de conteúdo audiovisual que estão no campo público.
            Aqui se enseja o clássico exemplo da teoria que não vira prática,do bolodório que não resulta em ação eficaz para a união de gestores e criadores do campo público em busca de uma rede pública que mostre o Brasil como ele é e não como o “mass media” quer que pareça. Como superar as diferenças regionais ? como superar o fato que quase todas as tvs públicas do Brasil são atreladas ao poder político (temporal e temporário) que as mantem ? como fazer com que interesses tão contraditórios e conflitantes fluam para um mesmo destino comum ? parece impossível, parece utópico. Mas, juro, que ainda acho ser possível muito embora  a comunicação pública nada mais queira comigo e eu queria com ela mas em outros moldes. Moldes e modos libertos da lei 8666, paralisante  e burocrática. Moldes e  modos que convertam, por exemplo, conselhos curadores ( principalmente o da EBC, teoricamente o melhor estruturado) em fóruns de representatividade reais que contribuam para o debate em torno da comunicação pública e não em sua paralisia. Vamos discutir o assunto sem hipocrisia. O Conselho Curador da EBC,por exemplo, não pode se converter em uma espécie de Corregedoria dos procedimentos dos dirigentes da empresa com conselheiros totalmente despreparados para suas funções apontando seus dedos muitas vezes para falhas inexistentes. Atuam , com exceção de honrosas e raríssimas exceções, meramente como telespectadores pseudo-qualificados a querer impor seus gostos pessoais numa programação que deve e pode ser abrangente.
            Enquanto os comunicadores públicos não cerrarem fileiras em torno de ideais comuns – que passam por reinvenção, discussão de novos formatos , libertação das vontades politicas e aparelhamento de seus mantenedores -  a enxurrada de debates soporíferos não servirão para nada a não ser para jovens estudantes entenderem um pouco sobre o assunto e alguns “debatedores” profissionais do assunto se locupletarem. Há uma penca deles que estão em todas. Impressionante. Da “praxis” de comunicação pública nada sabem mas, ahhhh, como teorizam.
            Por fim bocas rotas como eu  não são bem vindos na área por mais que entendam do assunto. Falar a verdade  em comunicação pública tem seu preço. O melhor é contemporizar , dar tapinhas nas costas, fingir que algo está sendo feito. É muita perda de tempo e energia senhoras e senhores.  Por isso , apesar de todos os pesares, fico feliz ao saber que  a Tv Brasil tem lá seus resistentes que conseguiram colocar no ar agora um programa GLS e que a duras penas – contrato não renovado- pode exibir em tempos recentes e passados o programa “Mais direitos mais humanos” além de outras iniciativas que espero prossigam como exibir filmes , novelas e conteúdos de África, Oriente e demais destinos da humanidade.  Eu , à distância, morro de inveja da comunicação pública francesa  e ainda creio sim em utopias. Mas elas não se erguem com profusão de debates estéreis. Afinal se nem em debates chatos os “comunicadores”conseguem inovar o que dirá em suas ações e programações ?

            

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