FRANCE 24 e as diferenças com nosso "jornalismo"

     

     Já no Brasil acordo hoje com gentil e lisonjeiro convite ( via Whats up) do jornalista Christopher Davis da France 24 ( tv pública francesa) para participar hoje à noite de um debate de uma hora sobre "a situação política brasileira" como se meu parco francês desse para tanto gasto diante de feras. Mas, para o bem e para o mal, já voltei.
    Se faço o introito auto -referente é para explicitar minha previsível desolação diante de tanta pobreza midiática na qual vivemos no Brasil de hoje em dia com os veículos totalmente partidarizados defendendo causas e não revelando fatos.O difícil é achar "veículos" isentos . Que estamos no fosso profundo de um castelo medieval não há dúvidas. Fosso que é fossa e ainda habitat de crocodilos famintos e imundos como essa patuleia peemedebista que não nos surpreende nunca por sua vileza  e faz valer o velho ditado de que quando um navio afunda os primeiros a pularem fora são os ratos.
     Mesmo que  se adie o choque da volta procurando não ficar exposto aos catastrofismos dos Sardenbergs da vida o nosso noticiário surpreende não só pela ruindade , manipulação e desinformação . Mas pela pauta. Enquanto todos os dias os assuntos mais discutidos na mídia francesa são as questões relativas a imigração, ao estado de emergência ainda em vigor e ao debate político civilizado ( exceção ao nazismo dos Le Pens ) dando amplo espaço ao que acontece no resto do mundo ( seja na eleição recente do Congo Brazaville, ao horror da guerra síria, aos atentados no mundo todo e a situação no  Brasil ) aqui seguimos no monotema da guerra nada santa entre tucanos e petistas , a sucessão de escândalos, as balas perdidas, o desemprego, as notícias sobre a desoladora e apocalíptica violência urbana de nossas grandes cidades. É sempre o mais do mesmo e sem a menor isenção. Apontam como culpados sempre as mesmas pessoas e nada se faz de efetivo pra resolver as mazelas. Muito menos pensar em soluções de conciliação nacional, estadual ou municipal. É mesmo um fosso com fossa e crocodilos. Nesse contexto fico na dúvida entre colocar a mão com força nos excrementos ou voltar correndo para Paris para participar de um debate na tv de lá tentando obter respostas para as minhas próprias perguntas.

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