HADDAD DE CORAÇÃO



HADDAD DE CORAÇÃO
    Não é novidade para ninguém que ultimamente o país tem optado por se pautar em retrocessos. E talvez retrocessos nos obriguem a declarações explícitas de votos em uma época onde as informações são difusas , pouco confiáveis, manipuláveis. Isso posto e a quem interessar possa copio aqui o gesto que já fizeram amigos como os jornalistas Gabriel Priolli e Maria Amélia Rocha Lopes e declaro em alto e bom som virtual que vou votar em Fernando Haddad.
     Até que um infarto me tirasse do jogo no dia 13 de setembro eu trabalhava como roteirista e redator da campanha eleitoral televisiva de Haddad e é a primeira vez que assumo publicamente que desde há muito faço campanhas políticas em em diversas funções ( diretor, roteirista, coordenador ) e também a primeira vez que fiz uma campanha ( das minhas 15) onde tinha afinidade com os ideários e propósitos de um candidato.
     Ter passado por um susto como passei obviamente me faz rever muitas coisas. Uma delas é tentar não viver abraçado ao rancor mas de braços abertos para o amor e suas variáveis de tolerância e respeito ao próximo. Mas independente do próximo estar próximo não posso permitir que ele me tire de vez o sonho feliz de uma cidade onde nasci, habito e apesar de todos os pesares amo. Ou amava com todo o meu ódio para citar aqui , de viés, uma frase do finado publicitário Carlito Maia.
     Em março desse ano eu fazia uma vespertina visita à Cinemateca de PARIS e aos jardins em seu redor. A certa altura estacionei minha canseirinha (inclusive de informação) na linda biblioteca do local e numa mesa de centro dei com oito páginas bem diagramadas de uma reportagem que louvava os feitos de Haddad  com o título  “O Prefeito que revolucionou São Paulo”. Não era uma publicação de esquerda. Talvez só a partir daí, visto de fora, eu tenha entendido de verdade a dimensão das transformações que ele vem fazendo na maior cidade do Brasil. Transformações amplamente reconhecidas lá fora mas pouco valorizadas entre nós. Querem culpar Haddad por erros que ele não cometeu.
     Eu poderia tentar alinhavar aqui uma penca de atributos e ações de Haddad para tentar convencê-los de que seria fundamental para o humanismo e civilidade de São Paulo que ele continuasse. Mas basta que os homens e mulheres de boa vontade olhem pela janela acima dos preconceitos para enxergar que ele é um prefeito que São Paulo já deveria ter merecido há mais de 30 anos. A cidade desacelerou ao contrário dos que a querem fazer correr mais, a cidade respeita mais o próximo, valoriza a conquista do espaço público, do respeito ao vizinho, ao próximo. A cidade começa a enxergar “ o outro” que existe além de você. Haddad não é um santo e nem São Paulo precisa de um santo visto que já foi batizada com o nome de um. A cidade precisa de um gestor que a enxergue além de seu destino de caixa forte, de negócio, de expansão , de enorme corporação. A cidade precisa de quem a enxergue como um enorme coração cheio de vasos e artérias que se intercomunicam transformando-a em um corpo saudável, mais feliz e irremediavelmente humano. Do fundo do meu agora combalido coração vos digo. Voto no Haddad de coração. Sem ele, aqui e agora, não há solução.


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